Fato é que Luís Roberto Barroso chegou ao Supremo com
o status de Guardião da Constituição.
No início deste ano, Barroso defendeu a legalização da
maconha como forma de aliviar a crise no sistema penitenciário. De acordo com o
ministro, a medida desmontaria o tráfico de drogas e, com isso, o número de
presos diminuiria.
De lá pra cá, o Barroso foi muito criticado pela mídia
tradicionalista, que o classificou como o pior e mais perigoso ministro daquela
Casa, chamando-o de “Novo Constitucionalista”. Em contrapartida, a luta pela
legalização da erva ganhou um grande peso com a declaração do
Constitucionalista que, trouxe consigo inúmeras declarações de apoio por parte
de autoridades, delegados, policiais, agentes penitenciários...
O personagem de hoje também foi um dos responsáveis
por tornar o artigo 28 da Lei de Drogas, que considera criminoso quem adquire,
guarda, transporta ou leva consigo drogas para o consumo pessoal.
Luís Roberto Barroso defende que a ilegalidade só
assegura o monopólio do traficante. Em seu voto a favor da descriminalização do
porte de drogas para consumo próprio, o ministro diz que “é preciso olhar o
problema das drogas sob uma perspectiva brasileira. Olhar o problema das
drogas sob a ótica do primeiro mundo é viver a vida dos outros. Lá, o grande
problema é o usuário. Entre nós, este não é o único problema e nem sequer é o
mais grave. Entre nós, o maior problema é o poder do tráfico, um poder que
advém da ilegalidade da droga. E este poder se exerce oprimindo as comunidades
mais pobres, ditando a lei e cooptando a juventude. O tráfico desempenha uma
concorrência desleal com qualquer atividade lícita, pelas somas que manipula e
os pagamentos que oferece. A consequência é uma tragédia moral brasileira: a de
impedir as famílias pobres de criarem os seus filhos em um ambiente de
honestidade”.
Portanto, ao que tudo indica, Barroso será de grande
valia para o cenário a favor da descriminalização.
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